segunda-feira, 14 de maio de 2012

Tendência "M" confirma-se nas escolhas de Bento


  Experiência e talento ao serviço do meio campo da seleção portuguesa, onde os médios escolhidos por Paulo Bento vêm de temporadas positivas ao serviço dos respetivos clubes. É certo que o "miolo" já não conta com a qualidade de Deco, mas o trio "M" de Paulo Bento deu garantias durante a fase de qualificação.
  Raúl Meireles e João Moutinho são imprescindíveis no meio campo e efetuaram uma boa época ao serviço de Chelsea e FC Porto, respetivamente, que coincidiu com a conquista de títulos. Pedras basilares durante a fase de qualificação, os atletas que se cruzaram por breves semanas no FC Porto completam-se, embora Paulo Bento tenha apresentado uma pequena inovação que melhorou - e muito - a qualidade da seleção: colocar Meireles como o homem mais recuado de meio campo. Perde-se um trinco (que, diga-se, não há muito por onde escolher), ganha-se um médio de transição, capaz de começar a construir jogo desde trás. Para Moutinho, será a hipótese de mostrar a Carlos Queiroz que estava errado quando o excluiu do Mundial 2010.
  Resta saber, no entanto, se esta fórmula será para manter no Euro 2012, porque haverá Miguel Veloso. O único esquerdino no meio campo português não fez uma época de grande nível no Génova, mas as boas exibições no "play-off" com a Bósnia colocaram-no à frente de Carlos Martins na lista de titulares do selecionador. Com Veloso, Raúl Meireles joga mais adiantado; com Carlos Martins, um dos indispensáveis no Granada, o médio do Chelsea recua no terreno. A hipótese de Pepe jogar como "destruidor" de jogo está descartada.
  A exclusão de Hugo Viana da seleção portuguesa já era esperada, apesar da tremenda época protagonizada em Braga. Mas de Braga chega uma surpresa: Custódio. O trinco de 28 anos, com características ímpares entre o lote de convocados, superou a concorrência de Manuel Fernandes, protagonista de uma grande época na Turquia. Portugal ganha, contudo, uma opção alternativa para o meio campo, que não participou na fase de qualificação.
  Rúben Micael, que não conseguiu ter o estatuto de imprescindível no Saragoça, faz parte dos escolhidos por apresentar características distintas dos companheiros. Inteligente na leitura de jogo, apesar de lhe faltar alguma velocidade de execução, Micael tem a seu favor o facto de se mostrar confortável na posição 10. 

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