sexta-feira, 22 de junho de 2012

«Falta-me marcar mais golos»


  A regularidade de João Moutinho, bem acompanhada pela qualidade em tudo o que faz, só pede mais uma coisa: golos. Talvez seja isso que está a faltar ao médio da Seleção Nacional antes da consagração como grande nome do futebol mundial. 
  Em entrevista à TVI, em Opalenica, João Moutinho aceita a observação, embora vá dizendo que não existe qualquer obsessão relativamente a isso. O jogador do F.C. Porto tem, no máximo, mais dois jogos para fazer balançar as redes contrárias. 
  «Já o disse antes e acho que sim, faltam-me mais golos. Com golos tudo se torna maior. Não fico obcecado por isso. Estou ali para ajudar», diz o internacional português. 
  «Uma assistência para mim é como um golo. Se marcar, ainda melhor. Mas se todos puderem escolher, escolherão sempre não marcar e ganhar». 
  Em relação ao comprometimento admirável que tem com o jogo, João Moutinho dá uma resposta interessante. 
  «É a minha maneira de ser, o meu estilo de jogo. Trabalhar, dar o máximo, correr e fazer as coisas da melhor forma. As coisas têm corrido bem. Gosto de falar com os meus colegas. A comunicação é essencial. Tenho essa forma de jogar, não dar um lance perdido».
  Paulo Bento repetiu quatro vezes o onze inicial e um meio-campo formado por Moutinho, Meireles e Veloso. O jogador diz que há mais opções de nível à espreita.
  «É importante criar solidez, sim, mas isso também se faz nos treinos. Treinamos todos uns com os outros. Não é somos só eu o Meireles e o Miguel. São também o Rúben, o Viana e o Custódio» 

  Portugal aguarda serenamente pelo desenlace do duelo entre Espanha e França. Dali será o adversário nacional nas meias-finais do Campeonato da Europa de 2012.
  «São excelentes jogadores. Essa comparação entre mim e eles é boa. Gosto muito dos dois, mas principalmente do Iniesta», diz Moutinho à jornalista Cláudia Lopes.  
  «Se um dia vierem a comparar outros jogadores a mim será uma enorme alegria. É sinal que estive bem. Tenho 25 anos e espero jogar muito tempo ainda para ajudar as equipas onde estiver».  
  Sobre os seus objetivos pessoais para este Europeu, Moutinho responde como joga: para a equipa.  
  «O meu objetivo é estar na máxima força para vencer e estar na final. O meu e o de todos os outros. Depois, as finais são para se ganhar».  

  Muitos portugueses já não se lembrarão. O titularíssimo João Moutinho não foi convocado há dois anos por Carlos Queiroz para o Campeonato do Mundo da África do Sul. Por mera opção técnico/tática.
  «Explicar a minha ausência? São outras questões. Não me cabe a mim responder. Não pensei mais sobre isso. Tomaram-se opções e, infelizmente para mim, não estive presente. Continuei a trabalhar e estou cá».
  Moutinho prefere, por exemplo, comentar as imagens que lhe chegam de Portugal: um país em festa.
  «Vi quando chegámos aqui a Opalenica. São momentos que tocam e arrepiam. É um país a festejar por nós. É lindo ouvi-los a cantar o hino. Isso também nos dá força». 

  A imagem tem percorrido as redes sociais. Paulo Bento nos tempos de jogador, de óculos escuros e camisa extravagante. 
  «Se acredito que este homem nos pode levar ao sucesso? Assim não», brincou o jogador, antes de regressar ao tom mais sério. 
  «Claro que acredito. Tem sido muito bom. Ter um treinador como ele é ótimo. Está a fazer um grande trabalho. Conheço-o há vários anos. Há muito dele nesta seleção. Transmitiu desde o primeiro minuto o que queria e interiorizámos». 

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