João Moutinho foi um dos
futebolistas mais em foco no Euro2012. Portugal foi afastado pela
Espanha no desempate por penáltis e nada terá sido mais contraditório do
que ver Moutinho falhar um deles. O portista foi o motor da equipa,
como comprovam vários adjectivos usados pela imprensa: “brilhante”,
“sublime”, “gigante”. O ex-internacional André considera que o médio
“fez um Europeu fora de série”.
Em relação ao duelo ibérico das
meias-finais, registem-se mais algumas citações: “o cérebro e o
músculo”, “o primeiro a receber a bola da defesa e o primeiro a tentar
tirá-la ao adversário”, “fantástico, o maior”, “super-João” e “noite
assombrosa”. Mas, para além das palavras, analisemos os números: mais
uma vez, Moutinho foi o português que mais correu em campo (14,616 km), a
apenas 200 metros do recordista Xabi Alonso.
Os números
impressionantes do número oito portista e da selecção estendem-se,
naturalmente, a toda a competição. Em termos de distância percorrida,
destacou-se claramente dos companheiros: cumpriu 59,512 quilómetros. Foi
totalista, somando 480 minutos (mais uns pozinhos de tempo de
compensação) em cinco partidas. Foi responsável por duas assistências
(para golos de Ronaldo, frente à República Checa, e Pepe, no jogo com a
Dinamarca) e dois remates.
A sua capacidade de passe está
igualmente “gravada” nas estatísticas: foi o jogador português com mais
passes efectuados (289), sendo 71 por cento deles certos (206). Efectuou
seis cruzamentos, tantos quantos Nani, que joga na ala, o que demonstra
a capacidade de aparecer em vários espaços do campo.
Com estes
números como “cábula”, fomos pedir a António André que nos ajudasse a
interpretá-los. O antigo internacional português, que actualmente está
integrado no departamento de scouting do FC Porto, ocupava os mesmos
espaços que João Moutinho e participou no Mundial 1986, pelo que conhece
as dificuldades das grandes competições internacionais.
“Quanto a
mim, foi o jogador mais importante na selecção nacional,
fundamentalmente ontem, por aquilo que a Espanha joga no meio-campo. Foi
o mais eficiente a sair com bola, a marcar e a ajudar os colegas. Fez
um Europeu fora de série. Mostrou que tem estofo de campeão, orgulho,
vontade, querer”, declarou ao www.fcporto.pt.
André admite que
boa parte do trabalho do médio é invisível, mas quem sabe ver futebol
percebe que ele “nunca sai do jogo”: “Sabe dobrar os laterais muito bem,
até os centrais dobrou! É muito forte a iniciar e acabar as jogadas e
sabe quando acalmar e acelerar o jogo. Foi uma peça-chave no relativo
êxito de Portugal, porque a selecção queria era chegar à final. Mas a
Espanha foi incapaz de fazer o jogo que pode e sabe e o João foi
decisivo para eles não o conseguirem controlar”.
in FC Porto
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