O médio do FC Porto é notícia esta semana pelos melhores motivos e
porque contrariou todas as previsões, ganhando forma e novo fôlego ao
serviço da Seleção Nacional. Uma boa notícia na perspetiva dos dragões,
depois de alguma celeuma que até meteu postas de pescada pelo meio.
A
verdade é que Vítor Pereira sentiu a sua falta nos últimos jogos e deve
reconhecer, enfim, que Moutinho é mesmo o motor que faz andar a sua
equipa. Os jogos em Alvalade e na Madeira foram claros exemplos disso e
mesmo em Málaga, onde João Moutinho alinhou 45 minutos no limiar do
risco em agravar um problema muscular, o FC Porto foi muito diferente,
para pior, entre a primeira e a segunda parte.
O que João
Moutinho oferece ao jogo dos dragões é muito mais do que segurança no
passe e intervenção no miolo. Com ele, o futebol da equipa de Vítor
Pereira é mais profundo e acima de tudo muito mais agressivo, no bom
sentido do termo, numa zona nevrálgica do terreno e por onde passam
todos os momentos, incluindo a gestão da posse de bola e a velocidade
que se dá à mesma na circulação, um pormenor em que Moutinho é mestre.
Ou
seja, o FC Porto tem muito mais a agradecer à Seleção Nacional a
recuperação, física e até também psicológica, de João Moutinho para uma
fase da época absolutamente decisiva nas únicas questões que os dragões
deixaram em aberto. Com a deslocação a Coimbra e a receção ao Sp. Braga
para o campeonato já muito se vai decidir quando o grande rival da Luz
está a 4 pontos de distância. Pelo meio o Rio Ave e possivelmente no fim
deste micro-ciclo a hipótese de ganhar pela primeira vez no seu
historial a Taça da Liga.
É certo que a semana não foi santa,
até pelos disparos entre Paulo Bento e Pinto da Costa sobre o homem de
quem se fala, duas figuras agora de costas voltadas e com feitios
próprios que fazem antever ainda mais trocas de palavras azedas, mas a
grande realidade é que ficaria muito melhor ao presidente do FC Porto
ter agradecido a Paulo Bento a utilização de João Moutinho nos jogos em
Israel e Azerbaijão.
Claro que este hipotético “obrigado”
seria em forma de ironia, como bem gosta Pinto da Costa e ainda por cima
depois de uma tirada infeliz como a das postas de pescada, mas se João
Moutinho está ou não a cem por cento só o jogo deste sábado, em Coimbra,
o dirá. Se não estiver há algo bem enigmático que escapa claramente a
muita gente, partindo do princípio óbvio que Moutinho não foi “obrigado”
a jogar lesionado pela Seleção Nacional, e aí teremos de esperar por
novas explicações. Ou mais fogo-cruzado...
in Record
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